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No teu poema

existe um verso em branco e sem medida,

um corpo que respira,

um céu aberto,

janela debruçada para a vida.

No teu poema existe a dor calada

lá no fundo,

o passo da coragem em casa escura e,

aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite,o riso e a voz refeita à luz do dia,

a festa da Senhora da Agonia

e o cansaço do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio,

a sina de quem nasce fraco ou forte,

o risco, a raiva e a luta de quem cai

ou que resiste,

que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema existe o grito e o eco da metralha,

a dor que sei de cor mas não recito

e os sonhos inquietos de quem falha.

No teu poema existe um canto

chão alentejano,a rua e o pregão de uma varina

e um barco assoprado a todo o pano.

Existe um rio a sina de quem nasce fraco ou forte,

o risco, a raiva e a luta de quem cai

ou que resiste,

que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema existe a esperança acesa atrás do muro,

existe tudo o mais que ainda escapa

e um verso em branco à espera de futuro.

Ary dos Santos

José Tinoco(canção)

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